Chegou o dia de colocar o balão e com ele aquela ansiedade… O que fazer? E agora? Por onde devo seguir?
Lembre-se que, sozinho, o balão gástrico não emagrece. Ele é um recurso adicional ao seu tratamento, assim como a alimentação adequada, a prática de atividade física e em alguns casos, o uso de medicamentos. Todos eles, em conjunto, irão contribuir para o sucesso do emagrecimento.
Você é a principal peça desse projeto. Suas escolhas, seu comportamento, suas atitudes e seus pensamentos estarão o tempo todo influenciando seu tratamento. A compreensão correta de como agir em cada fase e como interpretar os resultados ao longo dos 6 meses ou 1 ano são fundamentais, portanto, compareça às consultas nas datas programadas e só as remarque em caso de real necessidade.
Tratar a obesidade não é fácil e depende de vários fatores. Em cada consulta, seus resultados serão avaliados sempre considerando seu momento de vida e as circunstâncias do período. Cada pessoa e cada época possuem suas particularidades que não podem ser desprezadas e é nosso papel lhe ajudar identificando o que pode e precisa ser melhorado.
As duas funções esperadas do balão são reduzir a fome e proporcionar saciedade com menor quantidade de alimentos. Não espere dele mais do que ele pode lhe oferecer e nem confie que ele poderá lhe “salvar” de excessos alimentares. Se você resolver competir com o balão, ainda que inconscientemente, certamente (e infelizmente) irá vencê-lo. Faça dele um parceiro, e não um adversário no projeto de emagrecer.
Mesmo após a primeira fase de adaptação com dietas especiais, em que você já não apresenta mais náuseas ou vômitos mantenha o hábito de comer pouco, sem pressa, em 3 a 4 refeições por dia e mastigando bem os alimentos. Com o balão, implantar estes hábitos pode ser mais fácil, natural e duradouro.
Trabalhe com metas realistas. A expectativa de um emagrecimento superestimado é o primeiro passo para a frustração e conseqüente desmotivação. Como qualquer outro método de tratamento, o balão possui suas limitações se não contar com a sua participação.
Elimine as bebidas alcoólicas. Elas contêm muitas calorias e conseguem enganar a função de saciedade do balão. Além disso, a presença do balão deixa o estômago mais sensível ao efeito irritante do álcool aumentando o risco de gastrite e úlceras.
Quando surgir a vontade de comer fora de horário, busque algo prazeroso e que lhe distraia como caminhar, ler, telefonar para alguém, assistir um filme, etc. Nestas horas, experimente também beber água. Muitas vezes nem é fome, mas apenas uma “ânsia de comer” ou desejo de preencher algum vazio emocional com a comida. A comida deve ser saboreada com prazer e sem culpa, mas usar o alimento como um mimo, um agrado para compensar algum desconforto emocional é colocá-lo no lugar diferente de sua função natural.
Você já sabe o que é alimento saudável e o que não é. Cuide do seu ambiente e evite estocar “tentações” como doces, sorvetes, salgadinhos e bolachas em casa ou na gaveta do trabalho. Comprar guloseimas para agradar os sobrinhos ou para caso chegue uma visita, pode ser uma forma disfarçada de auto-sabotagem.
O mecanismo de saciedade precoce proporcionado pelo balão precisa de certo tempo para ser percebido pelo cérebro. Assim, mastigue bem os alimentos e dê pequenas pausas descansando os talheres no prato entre as garfadas. Mesmo se sair da mesa com um pouco de fome, perceberá que ela desaparecerá alguns minutos depois.
Em festas e eventos, evite ir de estômago vazio, fazendo sempre um lanche leve. Quando chegar lá, seu organismo já estará com certa saciedade que lhe ajudará a evitar os excessos.
Muitas destas dicas são indicadas mesmo para quem não está com o balão, mas você verá que, com ele e com sua disposição, provavelmente será mais fácil colocá-las em prática.